O espaço onde a redonda chama a responsabilidade.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Deu Bahia.

Eric Luis Carvalho

Receptáculo

Mesmo com a polêmica das pragas que infestaram o gramado de Pituaçu, Bahia e Vitória foram a campo hoje para mais um BaVi. Apesar da liderança da dupla em seus respectivos grupos, a expectativa de público não era das melhores, uma vez que o Bahia não vem de boas atuações e o Vitória perdeu no meio de semana para o Corinthians de Alagoas, por 3 a 1 pela Copa do Brasil. Porém, clássico é clássico e o torcedor baiano fez sua parte, comparecendo em bom número. 19.601 torcedores foram a Pituaçu e assistiram a primeira vitória do Bahia no estádio, após a reinauguração em 2009.

O Bahia começou melhor e não deu espaços para o rival. Já aos 18 minutos do primeiro tempo, Ávine cobrou falta, Marcone desviou para o meio da área e o zagueiro Alison completou para as redes. Bahia 1 a 0. Apesar do gol tricolor, o Vitória se manteve vivo no jogo e chegou ao empate aos 27, com Schwenck, que recebeu na área e empatou. Jogadores do Bahia reclamaram de uma falta em Edilson no lance que originou o gol. O árbitro do jogo foi Arilson Bispo da Anunciação, o mesmo do polêmico Corinthians 3 x 3 Botafogo, pelo Campeonato Brasileiro de 2009.

Logo em seguida ao gol de empate, o Vitória perdeu Uéllinton, expulso após entrada violenta em Ananias, o que praticamente jogou por terra a reação rubronegra. Porém no final do primeiro tempo, Schwenck foi seguro dentro da área e Arilson Bispo da Anunciação não marcou pênalti, para ira dos jogadores e torcedores do Vitória.

Com um homem a mais, o Bahia voltou para o segundo tempo melhor, disposto a decidir o jogo e logo aos 10 chegou ao gol. Edilson, que teve atuação apagada, recebeu de Leandro e deu um bom passe para Abedi colocar o Bahia na frente.

Após o segundo gol, o Bahia se acomodou em campo, e mesmo com a vantagem numérica, poucas vezes chegou ao gol de Viáfara. A chance mais perigosa foi desperdiçada por Lima aos 40. Por parte do Vitória, muita disposição e entrega, vendendo caro a derrota para o rival, mas as chances de gol também foram poucas. Ao fim do jogo, reclamações do lado rubronegro sobre a arbitragem de Arilson Bispo da Anunciação e muita festa por parte da torcida tricolor comemorando o fim da tabu de não vencer o rival na nova casa. O estádio de Pituaçu agora será fechado para o tratamento do gramado, infestado por pragas. Segundo a Sudesb, em 20 dias o estádio já terá condições de jogo. Enquanto isso, o Bahia mandará seus jogos no estádio Antônio Carneiro, na cidade Alagoinhas, a 119 km de Salvador. Com o resultado, o Bahia garantiu a classificação antecipada para a próxima fase do Baianão 2010, o Vitória já havia conquistado a vaga na rodada anterior.

A passos largos, com buracos.

Final da primeira rodada do returno do Campeonato Pernambucano. O Sport, depois de 3 empates consecutivos, venceu o Araripina fora de casa por 0 x 3, (gols de Dairo (2) e Igor) e manteve a liderança da competição, com 26 pontos, 2 a mais que o surpreendente time da Cabense, que tem 21, e que também venceu hoje. A terceira colocação está com o Náutico, que escapou de uma derrota em casa hoje, empatando em 1 x 1 com o Vera Cruz. O Santa Cruz voltou a jogar bem depois de muito tempo, e sapecou 6 gols no time do Sete de Setembro, alcançando a 4ª colocação.

Se a primeira fase do estadual acabasse agora, esses 4 times estariam classificados para as semi-finais. O Sport entrentaria o Santa, e a Cabense pegaria o Náutico, em jogos de ida e volta.

Os jogos do Sport estão se tornando uma repetição flagrante dos defeitos, qualidades e deficiências técnicas do time. O sistema defensivo do time, mesmo contando com 3 zagueiros e 2 volantes, segue sem proporcionar nenhuma segurança ao goleiro Magrão. Hoje o Sport só não saiu com a derrota no Chapadão do Araripe em virtude da total e absoluta falta de competência do ataque do time adversário.

O técnico Givanildo Oliveira pede reforços, e o Sport só tem até o final desta semana para anunciar jogadores para o estadual, visto que o prazo se encerra na sexta-feira que vem. O Sport caminha a passos largos para a conquista do Penta. Mas é bom que não mascare a óbvia limitação do rubronegro pernambucano.

Repetição rossonera.

Lédio Carmona

Ultimamente tem sido assim. Jogo do Milan, show de Ronaldinho Gaúcho e gols de Pato. A torcida tem adorado, afinal o time é vice-líder, quatro pontos a menos que a Inter – que hoje venceu o Udinese por 3 a 2, com gol de Maic
on – e mantém a esperança pelo título.

Hoje, contra o Atalanta, no San Siro, o que está ficando repetitivo aconteceu. Ronaldinho quase fez um golaço de bicicleta. Depois, deu belo passe para Ambrosini assistir ao gol de Pato. Aos 41, mais um belo cruzamento de R80 e o segundo gol de Pato.

No segundo tempo, o gol de Valdes, descontando para o Atalanta, despertou o time de Leonardo. Aos 15 minutos, penalidade máxima para o Milan. A fase de Ronaldinho está tão boa que até quando perde pênalti, dá certo. No rebote, Borrielo marcou o terceiro. A nota ruim foi s lesão de Pato, que saiu sentindo muitas dores e preocupa.

Afinal, a fase do atacante é incrível. Tem marcado gol em toda rodada. Está muito entrosado com Ronaldinho, que é lider no ranking de assistências da Lega Calcio. A dupla tem feito a diferença. Está ficando repetitivo. No melhor sentido da frase.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Acidente ou violência?

Trivela

O que aconteceu com Aaron Ramsey no estádio Britannia, em Stoke, é de se parar para pensar. O jovem meia do Arsenal recebeu uma entrada muito dura que, ao que parece, quebrou o tornozelo – em uma cena tão triste quanto a do atacante Eduardo da Silva, também do Arsenal, em 2008.

Não vou entrar no mérito da intenção. Nem me parece que Ryan Shawcross quis ser maldoso. A questão é outra. Por mais que o zagueiro do Stoke tivesse apenas a intenção de recuperar a bola ou, vá lá, fazer a falta, por mais que nem passasse pela cabeça dele machucar o adversário, ele foi imprudente.

Discute-se sobre a punição ao autor da falta violenta. Na Inglaterra, cartão vermelho direito implica em suspensão automática por três partidas. Uma punição justa para quase todas as situações, como a expulsão do Belletti no jogo do Chelsea contra o City, que o brasileiro trocou uma chance clara de gol pela falta.

No caso de Shawcross, a punição de três jogos não é suficiente. Deixar o jogador apenas três jogos fora é uma punição excessivamente leve para uma falta que teve consequência grave para o adversário.

Há quem defenda que o agressor deva ficar afastado o mesmo tempo que o agredido. Como regra, me parece injusto, porque há lances maldosos de fato e há lances que são acidentes. Punir da mesma forma ambos é burrice e, sobretudo, injusto.

No caso da contusão de Ramsey, Shawcross foi imprudente, mas não maldoso. Por isso, devia ser julgado e pegar mais jogos do que os três da pena automática, justamente pela imprudência, algo como seis jogos, por exemplo. Porque além da punição em si, há o exemplo a ser dado. É importante que os jogadores saibam que sua imprudência é nociva. Mas condenar o jogador a ficar fora enquanto o outro não se recuperar, como alguns defendem, soa exagero. E, pela história, podemos dizer que não irá acontecer.


O que é ser um time grande?

Aquele conceito de "time grande", "time médio" e "time pequeno" é algo muito bem arraigado na cultura do futebol mundial. Não diz respeito apenas ao Brasil ou a qualquer outra determinada localidade. É um conceito global. É raríssimo ver - e às vezes difícil de aceitar - um time de porte médio ou pequeno se tornar realmente grande. Conquista de títulos; times competitivos; presença constante em grandes competições. Tudo isso conta no manual.

Hoje aconteceu mais um confronto histórico pelo espetacular campeonato inglês. O Chelsea, atual líder da Premier League, recebeu o Manchester City, em Stanford Bridge, Londres. Os SkyBlues, como são conhecidos os comandados de Carlo Ancelotti, tomaram uma sapecada de 2 x 4. Um resultado elástico que, ao contrário de outras ocasições, diz exatamente como foi o jogo. O Manchester City, que durante décadas teve como alcunha a de "irmão pobre" de Manchester, frente ao gigante United, mostrou hoje que, assim como o próprio Chelsea conseguiu, está a passos largos para se tornar um gigante.

O Chelsea não tomava quatro gols em casa desde a temporada 2001/2002. Além disso, o City não fazia um gol no estádio adversário há 7 jogos. Foi um resultado elástico, que mostrou um amplo domínio dos Citizens sobre o time da casa. O jogo marcou o reencontro do zagueiro John Terry, que foi notícia no meio esportivo mundial, ao ser acusado de trair seu amigo, o lateral-esquerdo do City Wayne Bridge, tendo um caso com a esposa do segundo. No tradicional aperto de mão das duas equipes antes do jogo, Bridge recolheu a mão e não cumprimentou o ex-colega.

Depois disso, o jogo. Mais uma partida excepcional de Tevez, que brilhou ao marcar 2 gols na partida, inclusive o gol de empate em 1 x 1, que devolveu sua equipe ao jogo. Os outros dois do City foram marcados pelo esquentado Craig Bellamy, que vem se mostrando mais útil e efetivo ao time do que Robinho jamais, mas jamais mesmo, foi. Também fizeram partidas excepcionais o volante holandês De Jong, além do próprio Bridge (motivado sabe-se lá porque, deve ter feito uma partida efetiva depois de anos de ostracismo), e do já ídolo Shay Given. Sem dúvidas, o melhor goleiro da Premier League atualmente.

Uma vitória incontestável, em um dos melhores jogos do campeonato até agora.

Do lado do Chelsea, um time irreconhecível, e totalmente dominado dentro de seu próprio campo. A diferença para o United cai para um ponto, e o City abre 3 pontos para o Liverpool pela disputa da última vaga para a Liga dos Campeões. Os Citizens estão, enfim, saindo da classificação de "time sem identidade de um ricaço", para se tornarem um forte candidato ao título inglês nas próximas temporadas. Mais um jogaço, digno do campeonato inglês.

É a prova de que um time pode sim sair de uma posição intermediária, e se tornar um gigante. Com (pesado) investimento financeiro, mas acima de tudo, com determinação e eficiência.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Palmo a palmo.

O Campeonato Alemão (Bundesliga) é, sem dúvida, ao longo dos anos, a mais disputada e competitiva Liga do velho continente. Com a maior média de público de toda a Europa, o campeonato dos tomadores de cerveja é sempre disputado por mais de dois ou três times, como geralmente ocorre em outros centros, como Inglaterra, França, Itália e Espanha. Além de gigantes como o Bayern de Munique (maior campeão, com 21 títulos), a Bundesliga conta com equipes sempre competitivas, como o Bayern Leverkusen, Stuttgart, Werder Bremen, Hamburgo, e com times que sempre surpreendem, como o atual campeão Wolfsburg, do brasileiro Grafite e do ótimo atacante bósnio Dzeko.

Completamente remontada a partir de 1963, a Bundesliga é um campeonato que chama a atenção pela organização e pela excepcional média de público, tendo se fortalecido ao longo dos anos, como um dos grandes polos do futebol europeu.

Hoje foi travado o maior clássico do Alemanha: Schalke 04 x Borussia Dortmund. Dois dos clubes mais populares do país, inclusive com o segundo tendo a maior torcida, em termos numéricos, sempre lotando seu estádio, o belíssimo Westfalen Stadium. O Schalke venceu o jogo de virada, e encostou nos líderes Bayern Leverkusen e Bayern de Munique, ambos com 49 pontos, mas um jogo a menos que o Schalke.

O campeonato tem outra particularidade, se comparado às outras ligas européias: A esmagadora maioria dos jogadores da seleção alemã atuam em seu próprio país. Dos 26 jogadores convocados pelo técnico Joachim Löw para o amistoso contra a Argentina, que ocorrerá semana que vem, apenas dois não atuam em seu país. Com isso, o surgimento de bons valores tem sido muito mais regular que em locais como a Inglaterra, por exemplo.

Em 2010, o artilheiro da Bundesliga é o jovem atacante do Leverkusen, Steffan Kiesseling, com 13 gols. O último mundial Sub-20 trouxe boas revelações para o país, que há algum tempo era prejudicado com uma entressafra de bons atletas.

Os estádios são outro capítulo à parte no país. Com a Copa do mundo tendo sido realizada há apenas 4 anos, toda a estrutura que envolve o futebol é de uma qualidade que salta aos olhos. Estádios com uma qualidade impressionante em todos os quesitos: Gramado, conforto, acessibilidade, estrutura física. Aliado a média de público, tornam o espetáculo ainda mais impressionante.

É um Campeonato extremamente empolgante, justamente porque quase nunca fica polarizado entre poucos times. Com organização impecável e times bem armados e estruturados financeiramente, o Campeonato Alemão enche os olhos.

Prost!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

O velho vermelho e uma surpresa verde.

Depois de uma vitória magra por 1 a 0 no primeiro jogo da fase eliminatória da Liga Europa, contra o Unirea, o Liverpool foi até a Romênia e venceu os donos da casa por 3 a 1. Mascherano, Babel e Gerrard marcaram para o Liverpool, enquanto Fernandes fez o do Unirea.

A vitória garantiu o time inglês nas oitavas de final da Liga Europa. O adversário da próxima fase será o Lille, da França, que eliminou o Fenerbache, da Turquia.

Apesar da superioridade técnica do Liverpool, quem saiu na frente foi o Unirea. Aos 19 minutos do primeiro tempo, Fernandes aproveitou cruzamento e marcou de cabeça. O resultado levava a partida para a prorrogação.

A festa romena não durou muito. Aos 30, Mascherano aproveitou uma sobra na entrada da área e encheu o pé para empatar a partida e deixar o Unirea numa situação muito complicada. Àquela altura, os romenos precisariam marcar mais dois para ficar com a vaga.

Ainda na primeira etapa, a coisa se complicou de vez para o Unirea. Babel recebeu na pequena área e não deu chances ao goleiro Arlauskis: 2 a 1.

Já no segundo tempo, o Unirea tentava sair um pouco mais para o jogo, mas não tinha criatividade, principalmente pela marcação dos ingleses. Em um contra ataque, o Liverpool matou o jogo. Gerrard aproveitou passe e, de dentro da grande área, bateu forte. Arlauskis ainda encostou nela, mas não conseguiu evitar o terceiro gol.

Entregue e sem forças para reagir, o Unirea esperava o tempo passar e arriscava uma jogada ou outra, todas sem sucesso.

No estádio Olímpico... A Roma começou bem, mas permitiu a virada do Panathinaikos e foi eliminada da Liga Europa ao perder novamente por 3 a 2, nesta quinta-feira, dessa vez no Olímpico. Agora, o time grego encara o Standard Liége nas oitavas-de-final. O clube da capital italiana, resta se concentrar na perseguição à líder Inter de Milão no Campeonato Italiano e na Copa da Itália.

Riise abriu o placar para a Roma cobrando falta, mas Cissé, duas vezes, e Ninis, viraram ainda no primeiro tempo e deixaram o Panathinaikos vencendo por 3 a 1 no intervalo. Na segunda etapa, De Rossi chegou a diminuir para 3 a 2, mas os romanos não tiveram forças para fazer mais três gols.

Como o time grego havia vencido a primeira partida por 3 a 2, um empate ou até mesmo uma derrota por um gol de diferença garantia a vaga. A primeira partida das oitavas-de-final, entra Panathinaikos e Standard Liége está marcada para o dia 11 de março, na Bélgica. O time grego decide o confronto em casa.

Nada de sustos.

A Juventus conseguiu se classificar sem sustos para as oitavas-de-final da Liga Europa. Nesta quinta, o clube de Turim segurou um 0 a 0 com o Ájax no jogo de volta, no Olímpico de Turim, e garantiu presença na fase seguinte. O primeiro jogo, na Holanda, acabou 2 a 1 para a Velha Senhora. Precisando do resultado, o Ajax tentou pressionar a Juve desde o começo do jogo. No entanto, os bianconeri levaram mais perigo no primeiro tempo, principalmente em cruzamentos de bolas paradas.

Sissoko, Chiellini e Legrottglie perderam boas chances de deixar a Juventus em vantagem e mais tranqüila no jogo. Na segunda etapa, o Ajax assustou algumas vezes, mas Manninger e a falta de pontaria do time holandês garantiram o zero no placar até o final.

Agora, a Juve encara o Fulham, que eliminou o Shakhtar Donetsk, nas oitavas. O primeiro jogo, no dia 11 de março, será realizado na Inglaterra.Os ingleses conseguiram uma classificação heróica nesta quinta-feira. Depois de vencer o primeiro jogo em casa, por 2 a 1, os ingleses foram até a Ucrânia e seguraram um empate por 1 a 1 com o Shakhtar Donetsk, garantindo a vaga.

O meia brasileiro Jadson marcou para os ucranianos, enquanto Hangeland fez o gol do time londrino. Atual campeão da competição e cheio de brasileiros no time, o Shakhtar pressionou desde o início do jogo, mas viu os visitantes abrirem o placar ainda na primeira etapa. Aos 33, Duff cruzou e Hangeland completou para o gol, na primeira jogada mais clara de gol do Fulham.

Correndo atrás do prejuízo e precisando fazer dois gols para forçar ao menos uma prorrogação, o Shakhtar só conseguiu empatar aos 24 do segundo tempo em uma jogada brasileira. Douglas Costa deixou a marcação para trás e tocou para Jadson deixar tudo igual.

Os ucranianos pressionaram em busca do gol de empate, mas não conseguiram, dando adeus precoce ao torneio e vendo o sonho do bi acabar.


Amarelinha verde (ou verde e amarela)

Hoje aconteceu, seu muita pompa, o lançamento de várias camisas da Nike para a Copa do Mundo da África. Entre as divulgadas, estava a da seleção brasileira, que contou com o brasileiro Alexandre Pato de modelo. O modelo é mais sóbrio e discreto que as camisas anteriores. Além do novo design, a novidade é o material usado no novo uniforme, 100% reciclável. O tecido foi construído com garrafas de plástico recicláveis. Os jogadores brasileiros também se sentirão mais leves no Mundial. Isso porque a camisa terá 15% menos peso em relação à usada em 2006.

A nova ‘amarelinha’ tem pequenos detalhes em verde nos ombros, com cinco estrelas no fim (representando às conquistas da seleção na Copa).

Ironicamente, o garoto-propaganda do lançamento não deverá usar o uniforme canarinho na Copa do Mundo, em junho. Isso porque Pato tem ficado fora das convocações do técnico Dunga há quase um ano. O atacante foi chamado por que o "modelo" inicial, Daniel Alves, não foi liberado pelo Barcelona para o evento, e o segundo da lista, Luis Fabiano, trata de um problema no joelho e também não poderia comparecer.

A estreia do uniforme será nesta terça-feira, no amistoso contra a Irlanda, em Londres. Este será o último amistoso do Brasil antes do Mundial, em junho.

Agora a seleção brasileira têm seus dois uniformes para a Copa. Devo ter sido um dos únicos habitantes da terra a gostar dos dois. Achei ambos lindos, sóbrios e discretos. Tomaram que deem sorte.

Noite boleira.

Sport e Atlético Mineiro venceram seus jogos hoje e eliminaram os jogos de volta pela Copa do Brasil. O clube pernamnucano venceu o Brasília hoje, por 4 x 2, na Boca do Jacaré, com uma boa partida do atacante Ciro, que marcou dois gols e deu passe para outro, de Eduardo Ramos, que acabou marcando também o último gol do Leão. O jogo deixou escancarada mais uma vez a fragilidade da defesa do Sport. Mesmo com o time jogando com quatro desfalques, entrou com 3 zagueiros e dois volantes, e mesmo assim deixou a entrada de sua área totalmente exposta ao time do Distrito Federal.

De positivo, as ótimas jornadas de Ciro e Eduardo Ramos, que atuou em sua posição de origem (a meia) pela primeira vez desde que chegou ao Sport, no começo do ano.

Com o resultado, o Sport pega o Paraná, que meteu seis gols no time do Cerâmica-RS, pela segunda fase da competição.

O Galo massacrou o Juventus-AC por 7 x 0, com 5 gols de Obina (!!!), e eliminou o jogo de volta, assim como o Sport. Agora, os mineiros esperam o resultado da partida entre Chapecoense e Brasiliense, para saber quem enfrentarão na segunda fase.

As decepções foram o Santos e o Fluminense. O time paulista venceu o Naviraiense-MS por apenas 1 x 0 e não conseguiu adiar o jogo de volta, que ocorrerá na Vila Belmiro. O gol foi marcado pelo meia Marquinhos, de cabeça, após bola parada alçada na área. O Flu apenas empatou com o Confiança, de Sergipe, e ainda contou com Fred perdendo um pênalti, após paradinha.

Muitos jogos, muitos gols. Que venha a próxima fase.

Ah, e agora voltam os animados estaduais...


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Deus Salve a Rainha?

Mais um confronto entre Itália e Inglaterra pela Liga dos Campeões. Inter e Chelsea se enfrentaram em Milão, e o confronto acabou 2 x 1 para os mandantes. Bom resultado, mas creio que será insuficiente para classificar os italianos. Um simples 1 x 0 em Stanford Bridge classifica o Chelsea. O confronto de volta é dia 16 de Março. Leve favoritistmo para os comandados de Ancelotti. Dos 22 jogadores em campo, 20 estarão na Copa, salvo alguma lesão séria.

Dos dois desfalques mais importantes para o Chelsea, Deco e Ashley Cole, tudo levaria a crer que o segundo faria mais falta, devido a sua recente excelente fase. Mas ocorreu o contrário. Com Kalou caindo pela esquerda, mais o esquema de três atacantes (Drogba e Anelka, além do próprio Kalou), as subidas do lateral Maicon foram praticamente anuladas. O brasileiro se portou muito mais como um autêntico lateral, e a Inter perdeu sua principal válvula de escape na saída de bola. Isso comprovou-se, visto que quase todas as jogadas do Chelsea foram nas costas do lateral brasileiro.

O confronto caracterizou-se pelo amplo domínio de bola do Chelsea, com muito mais finalizações e presença no campo de ataque, com a Inter sempre buscando a saída rápida no contra-ataque. Mas a efetividade esteve do lado dos italianos. Logo aos 2 minutos, Milito recebeu passe de Sneijder, em jogada com Eto'o, e abriu o placar, sem chances para Cech. Delírio no Giuseppe Meazza. Os ingleses não sentiram o gol, e continuaram melhores em campo, com Drogba metendo uma bola na trave, em cobrança de falta quase perfeita.



Sneijder, que era o responsável por arquitetar os lances ofensivos da Inter, estava muito bem marcado. O resultado disso era que a equipe italiana passava vários minutos sem ao menos passar do meio-campo, sofrendo intensa pressão do Chelsea. Os ingleses ainda reclamaram - com razão - um pênalti não marcado, no último lance do primeiro tempo.

O 2º tempo foi uma repetição do primeiro, com a diferença que logo aos 5 minutos Kalou empatou, num chute despretensioso. Falha de Júlio César, que foi bem nos demais lances. Logo depois, a Inter passa a frente novamente, num golaço de Cambiasso. Bomba de fora da área. A Inter tentou sair com Balotelli, mas foi pouco efetiva. Vale ressaltar a excelente partida de Lúcio, que ganhou todas as jogadas com Drogba, que, com exceção praticamente não entrou em campo.

O resultado de 2 x 1 é bom... Mas apenas no papel. Se não ocorrer alguma zebra, a Inter cairá forá, e ficará demonstrado o amplo domínio dos ingleses sobre os italianos em 2010. Salvo alguma zebra.

"Grande Família."

Rodada cheia da competição mais democrática do país. A Copa do Brasil, com aquele batido - mas válido - discurso de que é a competição mais curta para a Taça Libertadores, tem sua primeira rodada completa hoje. Sempre com surpresas e nomes épicos, que ficam marcados no imaginário popular (Cícero Ramalho, por exemplo), a competição teve início em 1989, e tem como os três últimos campeões Fluminense, Sport e Corínthians.

Como é impossível para um ser humano normal acompanhar todos os jogos, eis a tabela com os jogos de hoje:

ASA-AL x Nacional-AM - 21h
Picos-PI x Ceará - 21h50m
Ituiutaba-MG x Goiás - 21h
São José-AP x América-RN - 21h

Corinthians-AL x Vitória-BA - 15h15m

Ivinhema-MS x Náutico - 20h
América-AM x Santa Cruz-PE - 22h

Confiança-SE x Fluminense - 21h50m
Uberaba-MG x Londrina-PR - 21h
Roraima-RR x Portuguesa - 22h

Luverdense-MT x Coritiba - 22h
Ypiranga-RS x Avaí - 21h50m
Naviraiense-MS x Santos - 21h50m
São Mateus-ES x Remo - 21h
Araguaína-TO x Guarani - 21h

Juventus-AC x Atlético-MG - 21h50m
Chapecoense-SC x Brasileinse-DF - 21h

Brasília-DF x Sport - 21h50m

Os jogos destacados merecem uma atenção especial. O Santa Cruz tenta mais uma vez não sucumbir logo na primeira fase. O time passa por sérios problemas financeiros. Os tricolores querem deixar para trás os três vexames seguidos que deu em 2007, 2008 e 2009, quando foi eliminado ainda na primeira fase por Ulbra-RO, Fast-AM e Americano-RJ, respectivamente.

O Goiás, que vive o imbróglio de Fernandão e sua hipotética ida para o São Paulo, tenta encontrar padrão de jogo, perdido desde a demissão de Hélio dos Anjos, e seguir com a confiança da torcida.

O Galo tenta engrenar, coisa que ainda não conseguiu sob o comando de Luxemburgo. Tem uma chance de ouro hoje.

O Sport tenta afastar a péssima fase técnica contra o Brasília, mas entra em campo cheio de desfalques, em todas as posições, e tem que mostrar que tomou gosto pela competição, que venceu em 2008.

Jogos estranhos. Nomes bizarros. Surpresas inesquecíveis. Tudo de bom para o futebol.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Cegueira e Competência.

Dois tempos completamente distintos hoje, na Mercedes-Benz Arena, em Stuttgart, no contronto de ida entre Barcelona e o time da casa, pela Liga. O Barcelona entrou em campo bastante desfalcado. Daniel Alves foi vetado momentos antes do jogo, e Puyol foi improvisado na lateral direita, posição que não atuava há algum tempo. Além disso, Abidal e Keita também não entraram em campo devido à lesões. Na vaga de Abidal, Maxwell entrou. Keita não é titular absoluto. Mas é figura marcante no time do Barça.

O Stuttgart, que vem de uma recuperação impressionante desde que o técnico Chrstian Gross assumiu, contava com o germano-brasileiro Cacau, que marcou 4 gols na última rodada do campeonato alemão, contra o Colônia. Nos primeiros cinco minutos, parecia que o script anterior ao jogo seria cumprido à risca: O Stuttgart não tocou na bola, sofrendo com o paciente e envolvente toque de bola dos catalães. Parou por aí.

O Barcelona sentiu a falta de Daniel Alves, e os ataques da equipe alemã começavam a surtir efeito, principalmente nas costas de Puyol, que não se encontrou todo o jogo. Depois de alguns cruzamentos pela esquerda, onde fluia todo jogo do Stuttgart, por ironia, com uma bola alçada na direita, culminou o primeiro gol. Cruzamento do jovem Gebhart, e golaço de Cacau de cabeça. Durante todo o primeiro tempo, o time perdeu mais duas chances claríssimas de gol, uma delas com Cacau, e outra com o ótimo volante alemão Khedira. Fora isso, o Barcelona foi mais uma vez beneficiado pela arbitragem.

Dois pênaltis não foram marcados a favor dos alemães. Uma falta clara de Rafa Marquez em Hleb, e um toque de mão de Piqué (melhor em campo pelos catalães) não foram marcados pelo árbitro.
No segundo tempo, Guardiola arrumou o time. Colocou o inexpressivo Henry em campo, e puxou Iniesta para o meio, tirando-o da ponta, onde estava nulo em campo. O time se organizou, e logo aos seis minutos, falha da zaga do Stuttgart, e Ibrahimovic marcou, na segunda tentativa. O time alemão reclamou impedimento. A arbitragem seguiu confusa até o final da partida.

Depois do gol, o Barcelona voltou a ser o Barcelona, trocando passes, tendo mais de 65% de posse de bola. Mesmo contando com uma tarde pouco inspirada de Messi, o Barça não foi mais ameaçado. Os alemães perderam uma chance de ouro de matar o confronto no primeiro tempo. Com esse adversário, que marcou 91 gols em 45 jogos, e mesmo jogando no 4-3-3, tem a melhor defesa de todo o continente europeu, não existem segundas chances.


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Allez Le Bleus.

No próximo dia 24 ocorrerá o primeiro confronto "azul" das oitavas-de-final da Liga dos Campeões. A Inter de Milão recebe o Chelsea no Giuseppe Meazza, em Milão, para um duelo recheado de expectativas e rivalidades. Pelo lado dos italianos, Mourinho comanda uma Inter que, apesar dos dois últimos empates pelo Calcio, é franca favorita ao tetracampeonato da competição, mas que começa a ficar estigmatizada por não conseguir resultados expressivos na Liga dos Campeões. O último título da Inter foi justamente o do seu bicampeonato, na temporada 1964-65. De lá pra cá, jejum.

Mourinho conta com um elenco de jogadores que foi reforçado na última janela, como o holandês Sneijder, que se tornou o cobrador oficial de faltas e titular do time, depois de amargar um período de oscilações no Real Madrid. No ataque, Goran Pandev, depois de resolver seu imbróglio com a Lazio, foi contratado para ser a sombra de Samuel Eto'o, que ainda não engrenou no ataque Nerazzuri. O time também conta com apostas, como o meia queniano McDonald Mariga, que chegou recentemente, além do atacante austríaco Marko Arnautović, que é comparado a Ibrahimovic.

Júlio César, apesar de ter sofrido uma acidente de carro e estar com o rosto relativamente inchado, deve ir pro jogo, com o restante da zaga sendo formada por Lúcio e Córdoba na zaga central, e Maicon e Zanetti nas pontas. Além disso, conta no ataque com o matador Diego Milito, que Maradona insiste em não ver. Se Quaresma tivesse reencontrado seu futebol no meio de sua bagagem, o perigo seria maior para o Chelsea.

A Inter tem um time equilibrado, mas tem que vencer um estigma, além de um adversário fortíssimo do outro lado.

O Chelsea, de Carlo Ancelotti, superou as expectativas no que diz respeito ao seu desempenho neste começo de trabalho do treinador italiano. Com fama de retranqueiro em toda sua trajetória de 8 anos no comando no time do Milan, o treinador se transferiu para o clube inglês em 2009, e desde então deu um padrão tático à equipe, tornando-a extremamente compacta e competitiva.

Tendo como pilares o goleiro tcheco Petr Cech (ainda é um goleiraço!), o mulherengo John Terry e com-pouca-técnica Ricardo Carvalho na zaga (que vem perdendo espaço para o brasileiro Alex), além de Frank Lampard e Michael Ballack no meio, junto com Deco. No ataque, Drogba e Anelka fizeram cada um 3 gols na atual edição da Liga. Os destaques, que podem fazer muita falta para o clube, são o volante Essien, que se machucou ainda na Copa Africana de Nações, e o lateral esquerdo Ashley Cole, que vinha finalmente encontrando seu ótimo futebol, mas fraturou o tornozelo e pára por 3 meses, ameaçando inclusive sua ida para a Copa do Mundo.

Ainda sim, o elenco do Chelsea é fortíssimo, e tem um ponto especial: O sentimento de conjunto e a consciência tática da equipe. A marcação começa no ataque, com Drogba e Anelka, por pressão na zaga adversária. O time da Inter precisará melhorar a saída de bola (principalmente com Córdoba ou Samuel, se entrar) para não ter problemas.

Os ingleses são favoritos, pelo seu histórico recente, e principalmente pelo futebol que estão jogando, mas Mourinho já disse que não está preocupado. Grande jogo.

Papai Joel.

Lédio Carmona

Joel Santana precisou de apenas 28 dias para se tornar o craque da Taça Guanabara. Sim, ninguém foi melhor do que o Rei da Prancheta. Nem Loco Abreu, nem Dodô, nem Fred, nem Adriano ou Vágner Love. O competente gente-boa foi conciliador, artista, psicólogo, mágico, restaurador, treinador e operário, ao voltar ao Botafogo no dia 26 de janeiro, dois dias depois da goleada de 6 a 0 sofrida para o Vasco. Apresentou-se, disse que resolveria e foi para o campo. 28 dias e quatro semanas depois, a terra arrasada daquele domingo traumático no Engenhão se transformou numa catarse alvinegra no Maracanã, com o time campeão da Taça Guanabara, ao derrotar o mesmo Vasco por 2 a 0, gols de Fábio Ferreira e do já ídolo Loco Abreu. Do caos ao paraíso, o Botafogo se transformou em menos de um mês. Joel chegou, viu e venceu. De novo.

Em cinco anos, o Botafogo chegou a quatro finais de Taça Guanabara (2006, 2008, 2009 e 2010). Ganhou três – só perdeu em 2008. No mesmo período, chegou a todas finais de Estadual, recorde na história do clube. Ganhou em 2006, perdeu duas para o Flamengo nos pênaltis, outra (2008) com a bola rolando e agora vai se preparar para a próxima – ou não, desde que conquiste também a Taça Rio. Não há como negar que o Botafogo tem evoluído e avançado nos últimos anos. Claro: há dificuldades financeiras. Mas as coisas estão acontecendo. E os números citados acima são fortes. “Ah, o time perdeu três finais seguidas para o Flamengo…” Sim, é verdade. Mas chegou em todas. Ao mesmo tempo, é bom deixar os pés no chão e constatar que ainda falta muito para disputar o Campeonato Brasileiro no pelotão de cima. O elenco é, no máximo, mediano (como é o do Vasco). No Estadual, está claro que dá para ser muito mais feliz.

Uma final equilibrada com o Vasco. Mas o Botafogo foi mais equilibrado, mais concentrado no jogo, mais tranquilo e, principalmente, mais pragmático. Se o jogo aéreo tem dado certo, nada melhor do que repeti-lo. Mas daqui para frente Joel terá que arrumar outra mágica. O recurso ficará manjado e mais bem marcado pelos adversários.

Jogadores importantes para os vascaínos, como Dodô, fracassaram na decisão. Carlos Alberto lutou muito, mas jogou no sacrifício. Phillippe Coutinho correu atrás, tentou, mas teve dificuldades para se impor. Nilton perdeu a cabeça. Os laterais não funcionaram. Até Fernando Prass vacilou ao ficar no meio do caminho no primeiro gol alvinegro, marcado de cabeça por Fábio Ferreira. E a zaga, formada por Titi e Fernando, mostrou de novo que não é a ideal para o Vasco.

Assim mesmo, em boa parte do clássico houve o equilíbrio. A diferença mesmo ficou em Joel Santana e na sua competente estrela, e na força de um time que, como aconteceu contra o Flamengo, soube superar suas limitações e inseguranças com garra, vontade e principalmente respeito à história do clube.

phillippeClaro que Herrera não é um craque. Mas é contagiante ver sua garra. Loco Abreu não é craque, longe disso, mas parece feliz e com sintonia perfeita com os torcedores. Os dois atacantes são exemplos perfeitos de um elenco que soube encontrar a motivação necessária após a chegada de Joel Santana.

E, ao mesmo tempo, é bom que os vascaínos não joguem pela janela o bom trabalho feito na Taça GB. É ruim perder, claro que é. Mas uma derrota também serve para escancarar falhas, mas sem que seja necessário varrer os acertos para debaixo do tapete. É hora de Vagner Mancini seguir Joel Santana e recuperar o time para a Copa do Brasil e da Taça Rio.

O título é do Botafogo. Simples, guerreiro, concentrado e sereno na luta pelos seus objetivos. Primeiro, ganhou do Flamengo. Depois, do Vasco. Quando ninguém acreditava mais, o time resolveu entrar na festa e tomou conta do bolo. O parabéns é para a Estrela Solitária. E, nessa festa, ninguém merece mais o primeiro pedaço do que ele: Joel Santana.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Copa, Ronaldinho?

O Milan venceu o Bari hoje por 2 x 0, fora de casa, pelo campeonato italiano. Gols de Borrielo e Alexandre Pato. Com o resultado, o rossonero se manteve na terceira colocação da competição, com dois pontos a menos que a Roma, mas também com um jogo a menos ainda a ser realizado. O que se viu desse jogo é que o time do Milan tem limitações flagrantes, que Silvio Berlusconi adora jogar pra imprensa (como todo bom político demagogo), e que Ronaldinho Gaúcho está conseguindo ser o que se pede dele há muito tempo: Ser regular.

As alas do Milan são dois problemas gravíssimos para o técnico Leonardo. Bonera e Abate são tecnicamente muito fracos, tanto no apoio quanto na marcação. Bonera sofreu nas mãos de Alvarez, bom jogador do Bari, e só não foi expulso porque Leonardo o sacou no segundo tempo, colocando Jankulovski em seu lugar. Abate tem o dom de não conseguir acertar um cruzamento sequer. Com isso, Leonardo sempre recorre à improvisações (o próprio Bonera é uma), porque no banco têm fósseis como Favalli.

Essa semana o fanfarrão presidente do Milan, Silvio Berlusconi, disse logo após a derrota de seu time para o Manchester United, que Leonardo não sabia como tirar o melhor dos jogadores que tinha em seu elenco, e que, se o Milan tivesse o técnico certo, os resultados - fazendo referência direta a derrota para United - poderiam aparecer de maneira mais evidente. Leonardo respondeu de maneira curta e firme: Se o presidente mulherengo dissesse mais uma palavra, o treinador brasileiro sairia do comando da equipe. Não se ouviu mais nada, e o Milan venceu hoje.

Hoje o time foi propiciado com mais uma boa atuação de Ronaldinho. Se apresentando para o jogo, buscando posicionamento nas duas pontas, não se limitando a uma posição fixa, o brasileiro foi fundamental nos dois gols da equipe. No primeiro, um passe milimétrico para o contestado Borrielo marcar o primeiro gol do jogo, num lindo chute de voleio.

Com o sistema defensivo muito bem postado, em especial os dois volantes Gattuso e Ambrosini, depois de seguidas falhas, Pirlo e principalmente Ronaldinho tiveram suas vidas um pouco mais facilitadas, com o brasileiro inclusive ajudando em alguns momentos na marcação, roubando bolas e armando contra-ataques.

O segundo foi uma jogada individual de Ronaldinho, que entortou o zagueiro do Bari e chutou à queima-roupa, com uma linda defesa do goleiro Gillet. No rebote, Alexandro Pato, ainda buscando melhor forma física e ritmo de jogo, devido ao tempo parado, marcou, chutando de primeira, e definindo a vitória rossonera.

O Milan segue a caça da Inter, e o mais importante é que, não importa o que o presidente Silvio Berlusconi diga, o time consegue uma identidade e principalmente, regularidade.

Dunga?

Jogador sem grife.

"Assim como foi no São Paulo, não aceito (a reserva). Trabalho para ser titular. Uma vez no São Paulo, o Marco Aurélio Cunha (superintendente de futebol) falou, no DVD do hexa (do Brasileirão), que certos jogadores não tinham grife. Eu não tenho grife. Nunca fui rotulado para ser titular."

São palavras do meia Hugo, ótimo jogador, que está hoje no Grêmio, revelado pelo Vitória-BA em 1999, e que rodou por Atlético-PR, São Paulo, Flamengo, Juventude e Corínthians. Essa declaração foi feita logo após a última vitória do tricolor gaúcho por 4 x 1, sobre o Inter de Santa Maria, que classificou o Grêmio para a final do primeiro turno do campeonato gaúcho.

Hugo se classificou como um "jogador sem grife", que tem pouco apelo junto à imprensa, e que, mesmo caindo no gosto do torcedor em dteerminadas oportunidades, nunca tem o reconhecimento devido e, por tabela, pouquíssimas chances no time titular, mesmo apresentando boas atuações. Hugo tem um histórico de irregularidade pelos times em que passou, mas tem uma qualidade técnica inquestionável. Canhoto, bom (e forte) chute, aliado a bons passes. Não é nenhum craque, mas é acima da média. Mesmo assim, não consegue se firmar, e volta e meia essa temática de "jogador reserva" sempre envolve seu nome.

Existe "jogador sem grife"? O apelo frente aos meios de comunicação e um constante histórico de
"jogador de segundo tempo" podem realmente estigmatizar um atleta? Outros bons exemplos de jogadores eficientes, mas sem um clamor geral, são Jorge Henrique, faz-tudo do Corínthians, e André, jovem atacante titular do Santos na temporada.

O jogador foi alçado ao time titular do Santos ainda por Luxemburgo, em 2009, mas agora vem se firmando cada vez mais no comando de ataque Santista, com 6 gols no Paulistão, sendo o vice-artilheiro da competição.

Mas, com o atual time do Santos contando com o recém-chegado Robinho, além de Neymar em fase esplêndida, junto com Ganso, as atuações de André passam com um reconhecimento muito menor do que teriam, se ocorressem em um outro clube, com uma situação diferente.

Jogador que não tem uma estatura avantajada, mas com muita força física e boa presença de área, atuando como referência dentro da área, André vem demonstrando um entrosamento excelente com Neymar e Ganso. Com Robinho, no time, o mesmo fica ainda mais centrado na área, atuando como um autêntico centroavante. Mesmo assim, não atrai tantos holofotes.

Mas, sem dúvida, o jogador que melhor representa essa "categoria" de boleiro, é Jorge Henrique. Jogador que passou por Náutico, Atlético-PR, Ceará, Santa Cruz e Botafogo (tendo sucesso neste último), antes de aportar no Parque São Jorge, Jorge Henrique se destaca por ter uma consciência tática que o destaca com relação a maioria dos jogadores brasileiros

Recebendo constantes elogios do treinador Mano Menezes, JH ganhou a alcunha de faz-tudo justamente por ter um nível de adaptabilidade muito grande, podendo ser improvisado nas mais diversas posições, saindo da sua original, o ataque.

Em 61 jogos pelo clube paulista, fez 13 gols, mas ganou destaque pelo seu grande número de assistências, sendo peça-chave no esquema do treinador corintiano. Nunca foi considerado "estrela", mesmo com as ótimas atuações e com a vaga de titular no time. Em uma equipe que contratou reforços considerados de peso, como Roberto Carlos, Iarley e Tcheco (?), Jorge Henrique conseguiu a proeza de sair daquele limbo de "jogador pra compor", pra se tornar imprescindível para o sucesso do time paulista.

Com ou sem grife.



sábado, 20 de fevereiro de 2010

O Limbo do Futebol Pernambucano.

Sport e Náutico fizeram um clássico pobre tecnicamente e recheado de uma tensão inerente à um jogo desse tipo. O jogo, que terminou 1 x 1 (gols de Wilson e Hamilton), apelidado de "clássico dos clássicos", não fez, nem de perto, juz à sua alcunha. As duas equipes são retratos fidedignos e incontestáveis de como o futebol pernambucano passa por uma crise técnica, no que diz respeito à jogadores e treinadores, e acima de tudo, uma crise ética, no que diz respeito ao mandatário, o presidente da federação pernambucana de futebol, Carlos Alberto de Oliveira.

Em entrevista recente, o presidente admitiu que mudou o regulamento do campeonato pela terceira vez consecutiva (no estatuto, é dito que o regulamento só pode ser alterado depois de duas edições do campeonato, com a aprovação unânime de todos os participantes) para benificar o Santa Cruz, clube pernambucano de imensa torcida, mas que amarga seguidas péssimas gestões, e que hoje não tem nem a vaga para a Série D garantida.

A declaração do presidente, que disse que "arrumou briga com o Sport, com a justiça, mudou o regulamento, e nem assim o Santa Cruz vence", passou como normal e corriqueira, em um estado que, felizmente, é mais famoso pela paixão de suas torcidas, do que por artimanhas por debaixo do pano. A passividade da torcida e dos próprios dirigentes com relação às declarações do presidente da FPF só atestam ainda mais o estado de inércia e falibilidade do futebol pernambucano, tradicional exportador de grandes jogadores como Josué, Hernanes e Juninho Pernambucano.

Hoje, o árbitro de Sport x Náutico, o senhor Carlos Costa deixou o jogo parado por quase dez minutos, em virtude de uma confusão envolvendo o jogador Diego Bispo, do Náutico, e o atacante Ciro, do Sport. Ciro tomou uma bronca do alvirubro por ter simulado um pênalti, e foi tomar satisfações, sendo agredido em seguida com uma cabeçada.

Carlos Costa, depois de falar com o quarto árbitro, além de reunir-se com o capitão do Sport, Igor, resolveu expulsar os dois jogadores. E tudo, mais uma vez, passa como normal, comum, corriqueiro. Se as coisas continuarem como estão, o que se tornará corriqueiro é o estado de abandono do futebol em Pernambuco.

Alguém pára o Barcelona?

Mais um jogo do Barcelona pelo campeonato espanhol. Hoje, contra o Racing, no estádio Camp Nou. Mais um show. Vitória de 4 x 0, com gols de Henry, Iniesta, Ráfa Marquez e Thiago, de 18 anos, filho do tetracampeão brasileiro de 1994 Mazinho, e que fez seu primeiro como profissional.

Falar do esquema tático do Barcelona e de sua ofensividade é lugar-comum. Hoje, o resultado ainda foi pouco, tamanhas foram as oportunidades perdidas pelos jogadores. No segundo tempo, o time manteve o ritmo até certo ponto, quando começou a se poupar para o confronto da Liga dos Campeões, contra o Stuttgart.

O fato é que tornou-se tão clichê falar da excelência do time catalão, que passou a ser um fato comum vê-lo destroçar adversários, com pouquíssimos tropeços na Liga e seguir firme e forte rumo à conquista do caneco, que às vezes se deixa de falar do quão assombroso é o nível de atuações do Barcelona diante dos adversários.

O time não se afoba, não importa se está perdendo ou não. Tem um padrão tático definido pelo excelente e já campeoníssimo Pep Guardiola e protagoniza show em cima de show.

O confronto contra o Stuttgart, pelas oitavas-de-final da Liga dos Campeões já soa como favas contadas, tamanha a qualidade técnica e, principalmente, na qualidade coletiva que o time do Barcelona atingiu. Talvez hoje, apenas o competente e eficiente Chelsea de Carlo Ancelloti seja capaz de enfrentá-lo, de novo, em pé de igualdade na competição. Irônico.

Com outros protagonistas, com outros coadjuvantes, mas com a mesma sequência e script invejosos. O Barcelona é invencível? Não. Mas...




Frio, frio...

Sport e Náutico fazem hoje, às 18h (horário de Brasília), na Ilha do Retiro, o primeiro clássico entre ambos em 2010, válido pela 11ª rodada do campeonato pernambucano. Um jogo que vale a malfadada liderança da competição, que atualmente pertence ao Sport, que por sinal, não perde a 37 rodadas no pernambucano. Outro tabu que está em jogo é a invencibilidade dos rubronegros diante dos alvirubros dentro da Ilha do Retiro. Há quase seis anos o Sport não sabe o que é perder para o rival em seu reduto.

E pára por aí.

Depois de um promissor ano de 2009, que acabou se transformando em uma lástima para o futebol do estado, as duas equipes lutam para se reerguer no cenário nacional, tendo como principal objetivo retornar à primeira divisão do futebol brasileiro.

O Sport, depois da brilhante campanha na Libertadores, entrou num caos administrativo que perdura até hoje, e tenta ganhar o estadual, onde é hegemônico há 4 anos, para receber um gás extra para o brasileiro. O time tem boas peças, mas precisa se reforçar em todos os setores. Continua apostando suas fichas em Ciro, jovem atacante, que voltou a jogar bem.

O Náutico teve o time completamente reformulado, depois do rebaixamento para a Série B. E com novo presidente, eleito recentemente, enfrenta seu maior rival hoje com um treinador interino. Guilherme Macuglia foi demitido às vésperas do clássico, mesmo a campanha da equipe não tendo uma campanha vexatória. O time é o vice-líder da competição, e joga sem Carlinhos Bala, suspenso pelo terceiro cartão amarelo.

Um clássico que poderia valer mais. Não pelo malfadado, sem graça e medíocre campeonato pernambucano (assim como são todos os estaduais, enquanto não chegam na fase do mata-mata), mas pelo momento dos dois times, que, se o tal planejamento tivesse sido seguido (e feito, talvez?), poderia ser muito mais digno, fora do limbo que vive o futebol de Pernambuco.

É esperar pra ver.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Mazela Jurídica.

Oitenta e quatro dias depois de uma das maiores vergonhas da história do futebol brasileito, o STJD liberou o estádio Couto Pereira para os jogos do campeonato paranaense, além da Copa do Brasil. A CBF já havia liberado o estádio no último dia 11, em virtude das vistorias realizadas no mesmo, com resultado favorável.

Agora, o retorno do Coritiba para seu estádio ocorrerá no dia 28 de Fevereiro, contra o Nacional. A diretoria inclusive promete uma campanha para incentivar o torcedor a lotar o estádio em sua "reinauguração". A diretoria do Coxa fez o que qualquer uma faria: Lutou pelo direito de ter seu reduto de volta, e ajudou (?) nas investigações das ações dos bandidos que protagonizaram cenas medíocres no dia 6 de Dezembro do ano passado.

A punição, no entando, segue valendo para a disputa da Série B, onde a diretoria Coxa-Branca já entrou com um recurso, e um novo julgamento será marcado. A intenção é diminuir o número de mandos de campo (30) e a a multa, estipulada em R$610 mil.

O que se percebe, é que o futebol brasileiro, e todos os seus protagonistas administrativos perderam mais uma chance de tentar moralizar as punições para desordens e atitudes violentas dentro do futebol brasileiro.

O futebol que mais exporta jogadores, que ainda ostenta o título de "fábrica" de craques, não consegue nem ao menos ter uma polícia especializada para eventos esportivos, tendo muitas vezes os torcedores que lidar com policiais mal pagos, truculentos e ignorantes, em sua maioria.

Se dentro dos estádios as coisas ocorrem cada vez com menos frequência, é nos arredores do mesmos onde fica evidente a total falta de preparo e estrutura da legislação brasileira em controlar eventos desse porte. Mesmo o futebol sendo a marca mais conhecida do Brasil, é tratado com desleixo, com os dirigentes levando com a barriga as mazelas mais do que evidentes que existem.

Além da falta da polícia especializada, como ocorre na Inglaterra e em outros centros europeus, a legislação esportiva brasileira por ser retrógrada e branda. Essa punição ao Clube Coritiba, dita por alguns como rígida (e correta, é bom ressaltar), de certa forma mascarou a inércia referente às pessoas que apedrejaram a residência do técnico Cuca, do Fluminense, que na noite do jogo contava com sua esposa e filhos em casa. A mulher do treinador se mudou para a capital, amedrontada com tamanha violência; ou da jornalista que se escondeu em uma igreja, para não ser surrada pelos indivíduos.

A total falta de respeito com o futebol brasileiro avoluma-se de uma forma alarmante. Depois desse caso do Couto Pereira, parecia que realmente algo de concreto iria acontecer. Mas não: O clube é punido, por, em teoria, não proporcionar segurança necessária dentro do estádio, local de sua inteira responsabilidade, mas se esquece totalmente do engessamento jurídico brasileiro, que se vangloria de publicar uma "renovação" no Código de Justiça Desportiva, mas que, ainda sim, torna o futebol nacional alvo de chacota e faz brotar dúvidas sobre a real capacidade de gerenciamento do esporte.

O Couto Pereira ser liberado sem que nenhuma punição significativa tenha sida promulgada para as pessoas que foram identificadas através de fotos e vídeos, é uma alegação de que não se sabe mais o que é necessário acontecer para que medidas concretas e justas sejam tomadas. O futebol brasileiro segue a passos lentos. E totalmente enlameados.


Profissionalismo: Ida e Volta.

O Corínthians joga sábado, contra o Rio Branco, pelo campeonato paulista. A partida, em teoria, marcaria a volta de Ronaldo ao comando de ataque da equipe. Marcaria. O técnico Mano Menezes vetou o atacante para a partida, alegando que suas condições físicas ainda não estão 100%. Com isso, o planejamento do clube para o atacante foi revisto, e ele atuará apenas na partida pela Libertadores, na próxima semana, contra o Racing, do Uruguai.

Fica a questão das como estão as condições de Ronaldo de ainda jogar em alto nível, o que culmina com o profissionalismo. Seu amor pelo esporte, e a quantidade infindável de provas de talento e de alegrias proporcionadas falam pelo próprio Ronaldo, mas seu condicionamento físico (não adianta, ele está visivelmente acima do peso) é um assunto tão corrente quanto seu talento.

Depois de toda uma pré-temporada feita, os músculos do Fenômeno dão provas de que, para um jogador de 33 anos (idade de bom vigor físico atualmente), seu porte físico não condiz com um profissionalismo de um time do gabarito do Corínthians. Ronaldo não tem a menor condição de disputar uma Copa do Mundo. Não é feito Ronaldinho Gaúcho, que passa por uma má fase técnica e sofre de irregularidade em suas atuações. Seu problema é físico. E isso parece, cada dia mais, difícil de resolver.

Lá pelas bandas da Inglaterra, pode-se dizer que atua o melhor atacante da atualidade. Wayne Rooney, 24 anos, jogador do Manchester United. De promessa-garoto-problema, Rooney se transformou na maior peça de Alex Ferguson e maior esperança dos Red Devils na Liga dos Campeões e no Campeonato Inglês, na caçada ao Chelsea.

É artilheiro da Premier League com 21 gols, 4 gols a frente de Drogba. Na Liga, marcou 2 gols, ambos contra o Milan, pelas oitavas-de-final, em pleno San Ciro. Rooney é o exemplo do que o profissionalismo, aliado ao talento pode proporcionar a um jogador de futebol e, de quebra, ao seu clube. Desejado por todos os gigantes europeus, tem sua multa rescisória estimada em mais de 70 milhões de euros.

Joga contra os melhores zagueiros do planeta e, em 2010 (e em boa parte de 2009), ainda não encontrou quem o parasse. Nada contra: Ronaldo é fenômeno, e um dos melhores atacantes de todos os tempos. É vencedor, e não precisa provar mais nada para ninguém.

Mas o tempo passou. Copa do Mundo? Pela TV.


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Avalanche de Nostalgia.

O Santos é, sem dúvida, o time que mais dá gosto de ver jogar nesse começo de 2010. Dorival JR., excelente treinador, conseguiu arrumar um padrão de jogo para a equipe e, de quebra, está conseguindo extrair o melhor de jogadores como Wesley, que está atuando na lateral e subindo com eficiência, e Zé Eduardo, atacante que rodou por empréstimo em clubes como o Sport (que na época tinha o mesmo treinador no comando), mas que nunca se firmou, e atualmente surge como um digno suplente.

A defesa do Santos conta com o excelente Durval, zagueiro subvalorizado, que vem de 4 temporadas ótimas no Sport, mas que nunca teve o reconhecimento devido da imprensa do sul por atuar em um clube nordestino. O Santos tem um ataque que está jogando como os times dos anos 70 e 60 do século passado, com ótimas trocas de passe, tabelas e gols. Muitos gols. Lindos e plásticos.

Robinho parece que nunca saiu do time e agora, mais forte e com alguma consciência tática (?) proveniente da Europa, encaixou como uma luva no meio campo com Neymar e Ganso., com triangulação e sem posicionamento fixo, e ainda por cima ajudados por André, que vem marcando gols e se portando como referência. Hoje, Robinho fez um verdadeiro golaço, arrancando e chutando por cobertura, como já havia feito no Manchester City.

Hoje, o Santos venceu o Bragantino por 6 x 3, em uma partida digna de décadas passadas, porque, se o ataque está correspondendo, a defesa ainda precisa provar mais. Contra times considerados de porte médio e pequeno, não foi devidamente testada, apesar de que, em teoria, Durval e Edu Dracena têm tudo para engrenar. No meio, Rodrigo Mancha é encarregado de conter os ataques, mas hoje o certame foi tão maluco que o mesmo quase deixou o seu.

São duas questões: A consistência do time do Santos: Venceu um clássico contra o São Paulo, de forma coerente, mas também falta provar mais, até por conta do começo de temporada. Em meio a um futebol tão infestado de acéfalos e brucutus, fica difícil crer que um time com um futebol tão agradável de se ver , com um jogo tão ofensivo, realmente consiga engrenar.

A outra é a regularidade de Robinho jogando contra zagas como a do Bragantino. É impossível comparar um jogo contra John Terry, do jogo de hoje contra Marcelo Godri, com todo respeito. Faltou profissionalismo à Robinho na Inglaterra, e é isso que ele tenta retomar aqui. A tão propalada "felicidade".

Sorte pros dois.

Coisas de Florentino Madrid.

Às vezes fico pensando que, para o Real Madrid virar um time brasileiro, só falta ficar sem dinheiro. O dirigente megalomaníaco Florentino Perez saciou seu ego e trouxe o famigerado glamour de volta para o clube. Contratou os dois mais badalados jogadores da atualidade, Cristiano Ronaldo e Kaká, com dinheiro proveniente de empréstimos e, dando o braço a torcer, reforçou a defesa com nomes duvidosos, como Arbeloa.

Parece prefeito de cidade pequena, que não gosta de fazer reforma no sistema de esgoto, por "não dar votos", visto que a obra fica debaixo da terra.

Já o Real Madrid segue buscando algo que não tem há alguns anos, e que sobra no rival Barcelona: Identidade. Mas que pode ser muito bem trocada por um sinônimo moderno, como padrão tático; variação no decorrer do jogo, ou adaptação dos novos jogadores ao novo clube.

Kaká, com 6 meses de clube, sofre intensa pressão da torcida merengue, e alterna boas atuações (longe das fantásticas dos tempos de Milan) com partidas apagadas e mequetrefes. Cristiano Ronaldo, quando não é expulso, parece estar melhor adaptado ao estilo de jogo do time, que por sinal, joga em função dele.

Bastou a derrota de 1 x 0 para o Lyon, na França, pelo primeiro jogo das oitavas-de-final da Liga dos Campeões, para que os tablóides na Espanha dizerem que a cabeça do técnico Manuel Pellegrini está prestes a rolar, caso o time seja desclassificado - de novo - nas oitavas. O jogo de volta ocorre dia 10 de Março, no Bernabéu. O Lyon jogou tudo que sabia e que podia dar nesse primeiro jogo. Já o Real, passa sempre a sensação de que nunca joga o suficiente, tendo como matador o eficiente Higuaín, e Granero em uma boa fase.


Ainda aposto no Real Madrid, que não terá a audácia de perder para o pior Lyon dos últimos anos, que patina no campeonato francês. Agora, se algo de trágico ocorrer, e os merengues forem eliminados em casa, Pellegrini, infantilmente, deverá ser demitido, atrasando ainda mais o famoso "planejamento" de Florentino Perez, e fazendo com que o Real retroceda ainda mais na busca da famosa "identidade".